Aprendi com meu bebê em dois meses.






Dar tapinhas na bundinha ajuda ela a se concentrar e soltar os gases...
Que a chupeta ajuda a esperar a hora da mamada mas não substitui os dedos...
Que uma vez que dormir no braço da mamãe, dormir sozinha no berço se torna quase impossível...
Que o choro é diferente dependendo do que ela precisa:
Estou com fome ou cansada.
Estou com a fralda suja ou molhada.
Não estou confortável...
Com calor ou com frio...
Preciso de uns abraços ou de uns tapinhas carinhosos nas costas.
E que eu não posso usar a chupeta contra ela para calar sua voz, o choro...
Que os lindos sorrisos desde o nascimento são na verdade gases e ela só começa a sorrir na sexta semana.
Que por mais que você se esforce, ela não está vendo além de 20 cm no primeiro mês, então não adianta fazer todas aquelas caretas quando ela está no bercinho.
Que amamentar é padecer no paraíso.
Que no início ela ainda não sabe que é uma pessoa separada da mamãe...
Que ela demora uns 20 minutos para dormir e se interrompermos esse processo ela começa tudo denovo!
Que ela reconhece a voz da gente e até do papai no celular...
Que quando saiamos com ela, sofre um blecaute e dorme o dia seguinte quase todo..
Que ela enjoa dos lugares então ficar trocando da sala pro quarto ajuda.
Que estimulação demais deixa ela chateada.
Que quando dá chutes desordenados e encosta os joelhos na barriga está com gases... ou dor.
Que devo ser muito agradecida a Deus pois ela só acorda uma vez pra mamar de madrugada.
Que por mais que eu goste, devo evitar dar o colo para estimular a independência (o que dá certo, ela fica horas brincando sozinha...).
Que ela tem que ter horário para mamar, a cada duas horas e meia, mas quando alguém diz que ela está com fome , toca em meu ponto mais vulnerável de mãe.
Aprendi que com leitura e interesse se aprende tudo!
Aprendi que o leite materno tem 200 ingredientes a mais que o leite de vaca!
E isso tudo aprendi em dois meses que na verdade ela só completará no domingo.



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Eunucos indianos, antes apenas meninos...



Os eunucos vivem em grupos fechados, com uma hierarquia interna que repete o sistema de castas existente na sociedade indiana. Cada pequena comunidade é liderada por um guru, que tem sua área de atuação e subordinados claramente definidos. Nos últimos tempos, tem crescido o número de eunucos que vivem de pedir esmolas ou da prostituição, mas a maioria dos eunucos sobrevive pedindo dinheiro em casamentos ou festas pelo nascimento de uma criança.

Uma extensa e bem montada rede de informantes os deixa a par das festividades. Eles invadem os locais, dançam e cantam com vozes esganiçadas e pedem contribuições para ir embora. Em caso de negativa, ameaçam mostrar suas partes mutiladas ou amaldiçoam os donos da casa. Quando atendidos, abençoam o novo casal ou o recém-nascido. A tradição diz que os eunucos têm poderes mágicos e poucos indianos ousam recusar seus pedidos. Como novos eunucos são recrutados é um dos mistérios indianos
Há boatos de bebês seqüestrados pelos hijras e histórias comprovadas de jovens homossexuais atraídos pela vida como travesti. Nem todos foram castrados. Uns poucos nasceram com anomalias nos órgãos genitais, alguns são hermafroditas e outros são simplesmente travestis ou transexuais. Mas a maioria foi transformada em eunuco ainda jovem, voluntariamente ou de maneira forçada, em dolorosos e grosseiros rituais. O pênis e os testículos são cortados a golpes de faca e os ferimentos cauterizados com uma barra de ferro em brasa.
Com a produção de testosterona reduzida, desenvolvem algumas características femininas. Na tradição indiana, os hijras não são homens nem mulheres, mas algo intermediário. Na vida prática, a maioria adota roupas e nomes femininos
No nosso caso, dois eunucos bateram na nossa porta, como souberam do nosso bebê, não sabemos exatamente, um deles era como uma moça mesmo e o outro como um travesti. A que parecia moça falava um pouco de inglês e nos explicou o que eram. Talvez ela fosse hermafrodita? Mas poucos são de verdade.

Quando bateram na nossa porta cremos que estávamos preparados, felizmente meu esposo estava em casa. Felizmente também foram apenas dois. Ficaram na porta, meu esposo segurando a porta, queriam ver o bebê, ele explicou que não, começaram a tocar um tambor. Meu esposo disse que não gostava daquilo e eles pararam, explicou também que somos estrangeiros e nosso Deus é outro, eles respeitaram e disseram que se dessemos o dinheiro iriam embora. Pediram 5 mil rupias! Aqui esse dinheiro vale muito! Começaram a insistir até que baixaram para 1 200 e demos o dinheiro (equivalente a R$ 26,00 parece pouco, mas é muito mais que um salário semanal na India) em troca, deviam ir embora.

Dissemos que não precisávamos de nada deles mas o dinheiro era para que fossem embora e felizmente foram. Nossos amigos indianos cristão também nos orientaram a agir dessa forma, pois não há muito que podemos fazer e se não dessemos iriam ficar, ou voltar e voltar até darmos.

Antes disso, muitos estavam orando por nós pois já esperavámos essa visita e reconheço que estava com medo do que viria pela frente. Agora que tudo já passou penso neles como pessoa e lamento. Deus nunca se esqueceu dos eunucos. Isaias 56.4-5 diz: “Porque assim diz o SENHOR a respeito dos eunucos, que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo em que eu me agrado, e abraçam a minha aliança: Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.”

Eles eram meninos, filhos de pais fanáticos no hinduísmo, que são oferecidos nos templos hindus quando ainda crianças, onde são castrados pelos sacerdotes e passam a servir nos templos hindus, sendo mais tarde lançados na rua. Alguns terão sorte, depende do local que viverão e outros sobreviverão de forma miserável nas ruas.


fonte de pesquisa http://www.familiadapaz.com.br e Revista Veja abril/2000

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Sou mãe... Na India


Agora a chupeta caiu, isso significa que o sono dela está profundo ou já vai acordar... Estou deixando a louça suja para escrever um pouco, que saudades de escrever...

Durante a gravidez não escrevi muito porque tudo me doía, até as juntas dos dedos, então evitava digitar. Tenho tendinite e piorou, por causa da minha profissão de intérprete de línguas de sinais, mas isso deixa pra lá.
Nem sei quantas vezes fico com ela no colo imaginando os detalhes que poderia escrever aqui, sobre ela , sobre mim, sobre o meu mundo com ela de paredes lilás (nosso apartamento é lilás). Poderia escrever sobre os sorrisos que dá desde que nasceu que na verdade são gases... Mas são tão lindos como os verdadeiros. Desde a sexta semana no entanto, já nos presenteia com o chamado sorriso social em resposta as bobagens que dissemos e palavrinhas que dela copiamos: Aanggu bebê angu-aa...
Estou há muitos meses em casa, por minha causa e por causa de minha filha que hoje completa 8 semanas.No final da gravidez estava enorme e cheia de dores musculares.
Incrível mas ao perguntar sobre as vacinas da pequena e sua imunidade, a médica me aconselhou a não levar minha filha no nosso "local de trabalho" até um ano de idade. Vocês sabem, a fábrica onde trabalhamos que reabilita prostitutas fica em uma zona de prostituição e cremos que a médica não queria se comprometer, pois ainda existem muitas doenças na Índia que já não existem no Brasil.
Bem , o perfeito amor que vem de Deus lança fora todo o medo, não podemos viver pelo que vimos , mas pela fé... Sentir medo de viver aqui com meu bebê é normal e humano mas não vivo por meus sentimentos há muito tempo. Vivo pelo que sei e eu sei que maior é o que está comigo do o que está no mundo, maior é nosso Deus que o mal. Sei que Jesus levou na cruz todas as nossas enfermidades e maldições. Ah, isso é o que sei em meio há tantas indagações e por isso vivo cada dia.
Minha pequena acordou e está me olhando. Tenho um bebê muito bonzinho em casa. Cremos que Deus nos abençoou assim para que não temamos e em pouco tempo tenhamos outro bebê para realizar o sonho de uma familia grandinha... Porque o sonho de uma familia grande está difícil com o preço das passagens aéreas...
Então eis o meu recomeço no blog. Em seguida vou contar da visita da semana passada, os eunucos indianos.

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Jesus sabe Língua de Sinais!

Lembrando uma amigo surdo que conversou com Jesus em sinais em um sonho.

(O sinal da da pintura de Jesus com as crianças significa I love You.)


Jesus sabe sinais!
Só Ele vê teus pensamentos.
Jesus sabe sinais e vê teu silêncio gritante.
Só Ele compreende as palavras próprias do teu coração de surdo.
Jesus sabe sinais e compartilha a vida contigo
conhece a tua voz, teu olhar, tua expressão que fala tanto.
Jesus ama te ver contando uma piada, rindo e sonhando.
Jesus sabe sinais e escuta teu coração.
Jesus sabe os sinais de todos os paises e é melhor que qualquer intérprete,
para interpretar tuas dúvidas e tuas lutas...
Jesus te ama desde criança,
quando não tinhas identidade Ele já sabia...
Jesus sabe sinais,
podes conversar com Ele hoje!

*** Obrigada Deus porque eu também sei sinais e posso conversar com os Surdos sobre você!


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Língua de Sinais Bengali - Bengali Sign Language



As línguas de sinais da Índia variam de acordo com os grupos sociais que as utilizam. Hindus e mulçumanos por exemplo não se misturam e por isso usam dialetos diferentes da mesma língua. a maioria delas são influenciadas pela língua de sinais americana ou pela língua de sinais britânica. Neste ponto, encontramos um facilitador pois a língua de sinais brasileira ( a minha primeira língua de sinais) é influenciada pela francesa, assim como a americana, portanto encontro muitas semelhanças que facilitam meu aprendizado. Por outro lado, convivi com surdos ingleses e aprendi um pouco da língua britânica, felizmente , muitos sinais fazem sentido para mim, outros no entanto são totalmente novos.
A língua Bengali no entanto ( a que se usa na comunidade que participo pois outros bengalis a utilizam com pequenas diferenças)é menos favorecida na internet ou seja, não existe muito material para aprender pois neste estado ainda predomina a filosofia do oralismo, desde o famoso congresso de Milão de 1880. Em meados de 1980 o século oralista teve fim em muitos países , na grande Índia porém, este século ainda não acabou. Aqui as escolas ainda são oralistas e os surdos usam sinais somente nos corredores ou banheiros, não em sala de aula!
O alfabeto Bengali acima foi montado por mim de acordo com o que tenho aprendido a fim de ensinar a surdos que não sabem ler ou escrever. Não é a mesma datilologia de Delhi ou do sul da Índia. Parece complicado? Sim, é um pouco complicado.


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O tempo passando...



O tempo está passando depressa. Estamos quase lá, quase chegando na hora H. O bebê está com 2 kilos! Eu estou com 31 semanas... Tudo vai bem!

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Minha gravidez na India..


A gente tem tentado comprar umas roupinhas mas tudo parece ter a cara de um menino ou menina e acabamos não comprando. Estamos com quase seis meses de gravidez e não sabemos o sexo porque na India é lei: Não se divulga o sexo do bebê a fim de preservar a vida de algumas meninas. Isso tudo porque na Asia, a mulher ainda não vale muito e muitas familias ainda abortam se sabem que é uma menina. Por nós, tudo bem, vamos levando a curiosidade até soltar o grito da garganta: Meu filho!! Minha filha!! Ainda não sabemos.
O governo indiano juntamente com outras ONG's realizou uma pesquisa com as crianças de rua de Calcutá. Entre as crianças pesquisadas quase 15 mil são aidéticas e quase todas entre as milhares sofreram alguma forma de abuso sexual. A pesquisa aconteceu em 5 regiões da cidade: Nimtala Ghat, Jagannath Ghat, Shovabazar Metro e Sonagachhi. Nós moramos entre Sonagachhi e Shovabazar metro, ou seja, todos os dias, caminhamos entre essas crianças.
Algumas pessoas me perguntam como é estar grávida aqui.
A gravidez é normal e ao invéz de ficar entristecida pela injustiça social ao meu redor,tento ficar agradecida. Me alimento tão bem, meu bebê está tão saudável, agradeço a Deus e tento driblar a tristeza de ver, saber e conviver com bebês desnutridos, com a mortalidade infantil e tantas formas de abuso contra crianças.
Amo meu barrigão, amo minha vida, amo meu marido e amo a oportunidade de fazer algo por outras crianças também, não só pela minha. Amo a Jesus que em meio ao caos me faz ficar tranqüila.

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    Bem vindos..

    Eu por dentro não é mistério, sou livro aberto. Eu estar dentro da Índia não é novidade mas a cada dia as novidades acontecem.

    Tudo tem se acumulado desde que cheguei aqui e como já dizia a poeta PALAVRAS, preciso delas escritas...

    Contar para alguém é um alívio, hoje conto pra você.

    Obrigada por me ouvir.

    Quem sou eu

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    Sou brasileira, moro na Índia e sou sensível. Sensível as necessidades dos outros. Essa combinação pode ter efeitos muito bons se vierem acompanhados por força de ação e criatividade. Você pode ajudar muitas pessoas aqui. Por outro lado, essa combinação pode ter efeitos contrários se diante de tanto sofrimento você deixar seus olhos ocupados demais e assim deixar de ver a esperança na fala do passarinho, que com água no bico tentava apagar o fogo da floresta inteira, dizendo: Eu pelo menos estou fazendo a minha parte. Eu sou fâ, sempre fui, deste passarinho...

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