Os eunucos vivem em grupos fechados, com uma hierarquia interna que repete o sistema de castas existente na sociedade indiana. Cada pequena comunidade é liderada por um guru, que tem sua área de atuação e subordinados claramente definidos. Nos últimos tempos, tem crescido o número de eunucos que vivem de pedir esmolas ou da prostituição, mas a maioria dos eunucos sobrevive pedindo dinheiro em casamentos ou festas pelo nascimento de uma criança.
Uma extensa e bem montada rede de informantes os deixa a par das festividades. Eles invadem os locais, dançam e cantam com vozes esganiçadas e pedem contribuições para ir embora. Em caso de negativa, ameaçam mostrar suas partes mutiladas ou amaldiçoam os donos da casa. Quando atendidos, abençoam o novo casal ou o recém-nascido. A tradição diz que os eunucos têm poderes mágicos e poucos indianos ousam recusar seus pedidos. Como novos eunucos são recrutados é um dos mistérios indianos
Há boatos de bebês seqüestrados pelos hijras e histórias comprovadas de jovens homossexuais atraídos pela vida como travesti. Nem todos foram castrados. Uns poucos nasceram com anomalias nos órgãos genitais, alguns são hermafroditas e outros são simplesmente travestis ou transexuais. Mas a maioria foi transformada em eunuco ainda jovem, voluntariamente ou de maneira forçada, em dolorosos e grosseiros rituais. O pênis e os testículos são cortados a golpes de faca e os ferimentos cauterizados com uma barra de ferro em brasa.
Com a produção de testosterona reduzida, desenvolvem algumas características femininas. Na tradição indiana, os hijras não são homens nem mulheres, mas algo intermediário. Na vida prática, a maioria adota roupas e nomes femininos
No nosso caso, dois eunucos bateram na nossa porta, como souberam do nosso bebê, não sabemos exatamente, um deles era como uma moça mesmo e o outro como um travesti. A que parecia moça falava um pouco de inglês e nos explicou o que eram. Talvez ela fosse hermafrodita? Mas poucos são de verdade.
Quando bateram na nossa porta cremos que estávamos preparados, felizmente meu esposo estava em casa. Felizmente também foram apenas dois. Ficaram na porta, meu esposo segurando a porta, queriam ver o bebê, ele explicou que não, começaram a tocar um tambor. Meu esposo disse que não gostava daquilo e eles pararam, explicou também que somos estrangeiros e nosso Deus é outro, eles respeitaram e disseram que se dessemos o dinheiro iriam embora. Pediram 5 mil rupias! Aqui esse dinheiro vale muito! Começaram a insistir até que baixaram para 1 200 e demos o dinheiro (equivalente a R$ 26,00 parece pouco, mas é muito mais que um salário semanal na India) em troca, deviam ir embora.
Dissemos que não precisávamos de nada deles mas o dinheiro era para que fossem embora e felizmente foram. Nossos amigos indianos cristão também nos orientaram a agir dessa forma, pois não há muito que podemos fazer e se não dessemos iriam ficar, ou voltar e voltar até darmos.
Antes disso, muitos estavam orando por nós pois já esperavámos essa visita e reconheço que estava com medo do que viria pela frente. Agora que tudo já passou penso neles como pessoa e lamento. Deus nunca se esqueceu dos eunucos. Isaias 56.4-5 diz: “Porque assim diz o SENHOR a respeito dos eunucos, que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo em que eu me agrado, e abraçam a minha aliança: Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.”
Eles eram meninos, filhos de pais fanáticos no hinduísmo, que são oferecidos nos templos hindus quando ainda crianças, onde são castrados pelos sacerdotes e passam a servir nos templos hindus, sendo mais tarde lançados na rua. Alguns terão sorte, depende do local que viverão e outros sobreviverão de forma miserável nas ruas.
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